8 de dezembro de 2011

É pura paixão (não insônia!)

Hoje, como tantos outros dias que tem acontecido por estes tempos, estou aqui exausto, sentado na cama com o notebook ao colo. Cansado, mas com a cabeça pensando e planejando tantas coisas ao mesmo tempo a ponto de não conseguir dormir. Depois de um belo banho, em meio a este turbilhão, decidi parar, e escrever como tanto gosto. Porque hoje é mais um daqueles dias que vejo que minha vida é movida por paixão. A paixão é que me move. A paixão é que me guia, me faz isso aqui que eu sou. Mesmo com as olheiras permanentes das últimas semanas, com tanto trabalho, mesmo com todas as incertezas das coisas que ainda precisam ser feitas, minha vida, ah, minha vida é pura paixão. E, assim, apaixonado por tudo que sou e ainda quero ser, por tudo que acredito e luto, por tudo e por todos que alimentam minha paixão, eu sigo. Cada dia tem sempre que ser desafiador, porque é apaixonante, quando queremos que ele assim seja. Tudo vale a pena. E vale tanto, a ponto de, agora sim, o sono vindo, pelo menos publicar este texto.



Uma da manhã. Vamos lá que não às seis como na foto, mas sete e quinze estou de pé.

25 de outubro de 2011

O melhor de mim

Hoje me peguei pensando em quais dos textos que escrevi aqui são meus favoritos. Tentei fazer uma lista. Ficou grande, mas lá vai: Cliquem sobre os títulos para ler.

Saudade não dói

"Em busca da coxinha perfeita"

Do que você tem medo? de si próprio?

Sorrisos

Abrir ou não a caixa de Pandora?

"Você não é um super-herói, Daniel"

8 de agosto de 2011

Texto antigo de 2009

Texto antigo que escrevi em 2009, mas que é um dos meus preferidos deste blog. Para quem ainda não tinha lido, lá vai.


VISCERAL


Uma coisa que eu já notei ao longo desses 18, 19 meses em que eu escrevo em blogs é a forma como as pessoas reagem a determinados textos. Na maior parte das vezes, os leitores se impressionam mais com posts onde abordo pensamentos meus, ou ideias sobre o comportamento humano. Acho que porque pondero e falo aquilo que muitos pensam ou gostariam de dizer, mas nem sempre encontram palavras ou a coragem para se expor assim, tão abertamente. Falar o que sentimos ou guardamos dentro de nós para outras pessoas não é uma tarefa fácil, exige respeito com as nossas verdades (que nem sempre são absolutas), sabedoria para saber usar as palavras certas, na hora certa, prudência para não causar mágoas e principalmente determinação para saber arcar com as conseqüências. Sim, porque se pensamos e agimos de determinada forma, temos que saber assumir essas nossas posturas perante os outros. 

Longe de eu ser pretensioso em achar que posso ter todo esse discernimento para agir ou usar as palavras, pelo contrário. Tenho qualidades e defeitos como qualquer um, mas não tenho medo de assumi-los e com isso tentar me tornar uma pessoa melhor, comigo mesmo e com as pessoas que eu amo. Ainda assim, falo, falo, falo... e escrevo. Como eu gosto de escrever o que sinto e vejo nesse mundo!!! Escrevo porque corre em mim essa vontade imensa de me transbordar através das palavras. Não quero me limitar ao prático, ao conveniente. Facilitaria meu convívio com as pessoas, mas não seria eu, Daniel. Porque sou assim, intenso, visceral, apaixonado, passional que deixo aqui registrado as coisas que vocês leem. Porque assim é a vida também. Intensa. Basta a gente não ter medo de assumir o que pensamos, o que fazemos, o que desejamos, o que nos incomoda ou nos alegra.

14 de outubro de 2010

Orgulho e preconceito

Existem certos sentimentos que convivem muito próximos, perigosamente separados uma linha muito tênue.

Orgulho e preconceito são dois conceitos que, por exemplo, volta e meia se confundem. Orgulho, no sentido positivo da palavra, é bom, nos engrandece, nos traz satisfação conosco mesmos ou com algo que fazemos, conquistamos ou admiramos. Porém, é muito fácil, e por isso tão perigoso, acharmos que nosso orgulho sirva como um instrumento de diferenciação social. E aí o orgulho toma a conotação negativa que tem, e geralmente vira preconceito: puro, simples e condenável, sob qualquer espécie.

Considero-me um bom observador, no sentido de que gosto muito de “ler” situações e pessoas, em circunstâncias específicas. Existem certas situações que são sintomáticas de orgulho e preconceito. Pequenas, grandes, veladas ou escachadas. Por exemplo, aqui no sul do Brasil onde vivo existe um grande orgulho – do qual compartilho - da nossa história, das nossas iniciativas e posições como povo. Algo que desperta admiração não só entre nós, mas também de muitos que nos percebem orgulhosos de nossas raízes. Ocorre que muitos não têm orgulho do povo que somos, mas do povo que seríamos comparativamente a outros. Como se houvesse um manual do “melhor” e do “pior” de como definir-se como ser humano, em se tratando de relações sociais, laborais ou comportamentais. Como se essa condição de orgulho não enaltecesse nossas qualidades, mas nos diferenciasse, no sentido sectário do “diferente”. E daí, volta e meia, advém vários conceitos prontos que na boca das pessoas soam como verdades incontestáveis e que na verdade são preconceitos sem nenhuma validade prática.

Outra situação bem comum se dá em determinadas situações sociais. Várias vezes presenciei cenas onde uma pretensa “classe”, “bom gosto” e “requinte” me são, veladamente, sugeridas como uma forma de diferenciação, auto-promoção, ou, se preferirem, de orgulho - no mau sentido da expressão. Se essas pessoas soubessem que nesses momentos sempre contenho um sorriso irônico de absoluta indiferença àquilo, talvez não me tivessem em tão alta conta. Educação e classe para mim não respeitam segmentação financeira, mas são claramente diferenciadas pela postura e caráter das pessoas. Talvez por isso quem me conheça bem saiba (ou estranhe) que eu dou a mesma atenção social para um funcionário empoeirado ou uma dama da sociedade X ou Y jantando comigo.

Resumindo, orgulho só é bom quando não acusa nossas próprias vaidades. Caso contrário, é ostentação, soberba...ou preconceito.

9 de outubro de 2010

Sorrisos

Às vezes um sorriso leve tem um poder bem maior do que qualquer argumento técnico. Ok, não é bem assim sempre, mas a verdade é que as pessoas não percebem que toda sua qualificação profissional ou pessoal tem melhor resultado quando você a aplica com alegria, com a satisfação serena de quem confia em si próprio e nas suas escolhas de vida.

Atualmente, tenho passado por um momento profissional bastante conturbado, com um volume de trabalho que deixaria qualquer um louco. Pois algumas semanas atrás saí de uma reunião de trabalho e a pessoa que estava debatendo questões muito difíceis de serem resolvidas ressaltou a tranqüilidade e a segurança que eu aparentava frente à situação. E era, de fato, verdade. Não sei se é ingenuidade minha, ou mesmo despreocupação exagerada, mas o fato é que estou sempre tentando olhar os desafios da vida de forma positiva. Não se enganem, também tenho meus momentos de estresse, desilusão, arrependimento.  Mas não deixo esses sentimentos se transformarem, na maioria das vezes, em uma angústia ou ansiedade desesperada. Acreditem, faz muito bem viver a vida propositivamente. Se você age ou vive tenso, perturbado, isso reflete não somente em você, mas também nos outros. E, como dizem os sociólogos ou antropólogos, todos nós somos, no limite das nossas consciências e das nossas relações sociais, não somente o que somos de fato, mas também o que deixamos transparecer para as pessoas.

Considero-me uma pessoa privilegiada, pelo fato de que esse tipo de comportamento, no final das contas, faz bem não somente a mim, mas ao que parece também para pessoas à minha volta. Pelo menos tenho essa impressão, não sei se justamente por causa ou por conseqüência disso. É um sentimento bom, recompensador. E são de sentimentos bons que precisamos nas nossas vidas, apesar de todas as inevitáveis dificuldades.

30 de setembro de 2010

Onde está o problema?

Essa semana, às vésperas da eleição que decide nosso futuro nos próximos quatro anos, decidi vir aqui escrever sobre o que tenho visto, lido e ouvido. Ao que tudo indica, Lula será o grande vitorioso desta eleição, não só pela popularidade do seu governo, mas também pela sua declarada intenção de tornar essa eleição plebiscitária – concorde-se ou não com a estratégia. Em meio a tudo isso, jornais, telejornais e outros veículos de mídia se retorcem em teorias e debates tentando explicar como um governo tão bombardeado com supostos indícios de corrupção e tráfico de influência consegue fazer seu sucessor, aparentemente estupefatos pela sociedade não reverter essa situação votando na oposição.

Causa-me um misto de espanto e curiosidade perceber que em nenhum momento as pessoas “indignadas” e os meios de comunicação deixam de tentar buscar explicações na máquina do governo, no Lula, no “voto dos pobres” etc, e não na principal causa de fato: a total ausência de alternativas na oposição, frente ao  que o Brasil parece ter consolidado como seu desejo enquanto nação. Marina Silva, tal qual Cristovam Buarque na eleição anterior e tantos outros que já apareceram ou ainda aparecerão, serão sempre a opção bem intencionada, íntegra, por vezes até “cult”. Mas a sociedade já amadureceu suficientemente para perceber que boas intenções de nada servem sem sustentação política e projetos administrativos viáveis. Resta a opção que parte da classe média emergente e/ou conservadora e setores da grande mídia tentam empurrar goela abaixo como única alternativa viável: o PSDB. Acontece que as pessoas não perceberam que o modelo de governo proposto pelo PSDB não é, na conjuntura atual do país, aquela que vai ao encontro dos anseios da grande maioria da sociedade. José Serra está longe de ser uma pessoa reacionária e conservadora, pelo contrário, até acredito que ele tenha sido de fato um bom administrador em São Paulo. Mas o modelo de condução e de desenvolvimento de país que ele propõe, bem como qualquer outro do grupo de pessoas que o apóiam, repito, não representa o que o Brasil precisa agora – e pelo que dizem as pesquisas, o que o Brasil parece querer, de fato. O discurso social da oposição soa “fake”, não convence nem atrai o eleitorado, uma vez que esse grupo de oposição sempre foi contra o modelo de desenvolvimento social proposto pelo governo Lula; e o viés tecnocrático da proposta do PSDB não empolga ninguém além do Reinaldo Azevedo e de outros colunistas da Veja.

A única esperança de um governo de oposição, a meu ver, alcançar o poder no Brasil em curto prazo reside na criação de um modelo alternativo de governo ao PT, mas não esse hoje proposto pelo PSDB. Um programa que aceite, de fato, a necessidade de viés social de uma administração pública. O problema é que as pessoas que hoje são oposição ao Lula e seu governo parecem não querer rever seus conceitos. Nesse caso, estão fadados a um retumbante fracasso, como o que parece se configurar.

4 de agosto de 2010

Soberba ou ignorância

Tem coisas que me deixam meio revoltado. Independentemente desse meu desejo de mudar o mundo, certas coisas vão contra a visão que eu tenho da humanidade e do que espero dela, e do que ela deveria esperar de mim. Por essa razão me debato contra certos discursos indutivistas ou mesmo vazios. Discursos "competentes". Tenho sérias restrições, por exemplo, sobre determinados argumentos que dizem que a meritocracia é inquestionável para medir as pessoas, desconsiderando a realidade do nosso país. Pois bem, hoje decidi tira a poeira do blog pensando nisso e depois de ter lido, na segunda feira, uma ótima coluna do Juremir Machado da Silva, e que me permito reproduzir aqui no blog. Genial. E boa para reflexão. O original pode ser lido aqui.

NO CARTEIRAÇO - Juremir Machado da Silva

-A Internet é muito ruim para a democracia.

- Acho o contrário.

- Viste!?

- O quê?

- Agora todo mundo acha que pode dizer o que acha.

- Acho isso ótimo.

- Aí é que está o problema.

- É mesmo? Qual é o problema?

- Tu não és especialista.

- A democracia, meu caro, é o regime do melhor argumento, não o regime dos especialistas. A Internet quebra o "monopólio da fala". Antes da Internet, só alguns tinham direito à expressão. O controle da emissão eliminava o contraditório não autorizado. Acabou a moleza. Agora, os especialistas são obrigados a argumentar com todo mundo, na esfera pública, sem redomas, e provar que seus argumentos são mais do que meros discursos de autoridade.

- Como podes saber disso? Tu não és especialista.

- Se estivéssemos de acordo nesse assunto, meu velho, tu não me acusarias de não ser especialista.

- Só deve opinar sobre algo quem sabe.

- E só sabe quem não discorda dos teus interesses.

- Eu conheço o meu ramo.

- Dá para se tornar especialista em certos assuntos com 15 minutos de leitura. Em outros, precisa uma tarde. Em boa parte, basta um mês de boas leituras. Na maioria, só é necessário ler jornais, revistas, livros e ter dois neurônios funcionando todo dia.

- Viste?!

- O quê?

- A Internet é um perigo para a democracia. Qualquer um acha que pode discutir com os especialistas.

- E quando um especialista discorda de ti?

- Tem especialista que não entende nada.

- Mas não é um especialista?

- Especialista em teoria. Gente que desconhece a realidade. Ou especialista por ideologia barata.

- Como podes saber? Vejamos o caso do aquecimento global. Tem especialistas que garantem...

- Não existe aquecimento global.

- Mas alguns especialistas afirmam...

- Conversa fiada. Em todo caso, o homem nada tem a ver com isso. O resto é papo furado de ambientalistas.

- Como podes ter tanta certeza disso?

- Li vários trabalhos de especialistas em jornais, revistas e livros. Sei do que estou falando. Tem muito material especializado sobre isso na Internet.

- Eu gosto desse nosso diálogo. Vou escrever...

- Tu não podes escrever em diálogos.

- Ué! Por que não?

- Isso é para quem sabe.

- Como é que tu sabes?

- Consultei um especialista.

26 de maio de 2010

Porque uma vida não basta ser vivida, tem de ser sonhada


Então, acabou. Foram 6 anos tensos, intensos, permeados de emoção, angústia, mistérios. Como não me causou surpresa alguma, grande parte dos fãs de LOST acharam que o final da série não correspondeu às expectativas, ou deixou em aberto muitas perguntas. Na contramão destas opiniões, fiquei maravilhado com o que vi nos dois últimos capítulos, que encerraram a saga dos “losties” nesta última semana. O encerramento, com os olhos de Jack fechando-se lentamente são pura arte, quando lembramos que o seriado iniciou-se 6 anos atrás de forma semelhante, com Jack abrindo os olhos em meio ao acidente de avião que o colocou na misteriosa ilha.

J.J. Abrams, o criador e produtor, foi genial ao sair do lugar comum em todos os momentos da série. E foi assim até o final. Ao nos dar pistas de que não se tratava de uma história pura e simples de acidente de avião. Depois de que não se tratava de mistérios de cunho filosófico ou transcendental, embora desde nomes de personagens até estátuas nos remetessem a tais indagações. Por fim, nem mesmo as divagações do meu amigo Ricardo do blog Artigolândia sobre bem X mal, tampouco minhas suspeitas sobre fé eram o foco. Ou talvez fossem, no fundo, ambas as coisas. Mas não o bem X o mal representados em duas pessoas, ou a fé em algo místico. A sexta temporada foi uma reflexão sobre o bem X o mal que existem em cada um de nós, e a fé em nós mesmos, e nas conseqüências de nossas decisões.

E eu não tenho vergonha alguma de confessar que me emocionei com o final do protagonista, Jack Sheppard (dois anos atrás escrevi sobre ele aqui). Nessa nossa sociedade pós-moderna que sempre tem a tendência de enaltecer a figura de um anti-herói, como os personagens de Ben, Sawyer ou Locke, por exemplo, eu sempre me identifiquei com a figura de Jack. O herói atormentado pelo seu senso de dever, aquele que busca incessantemente a redenção do herói mesmo sabendo do sacrifício que está por trás disto. Foi assim até o final. E mais uma vez J.J. Abrams nos brindou mostrando que às vezes o final mais perfeito ou emocionante não está necessariamente no “felizes para sempre” do casal de protagonistas, mas sim na perfeição dos sentimentos entre as pessoas.

Vou ter saudades de LOST. Não só dos mistérios dos quais todos buscavam respostas, mas da aula de relações humanas da série.

12 de abril de 2010

Chega de hipocrisia barata


Como todo ano de eleição, vejo minha caixa de e-mails ficar lotada de correntes, spams e assemelhados tentando “abrir os olhos do povo brasileiro” ou “da sociedade gaúcha”, no caso aqui do Rio Grande do Sul. Sinceramente, independente de quaisquer ideologias ou pontos de vista, qualquer pessoa minimamente inteligente sabe tratar-se de hipocrisia barata, estimulada via de regra por pessoas sem a isenção necessária.

Agora, começaram os ataques a José Serra e Dilma Rousseff, dos quais possivelmente sairá o próximo governante do Brasil. Pois quero compartilhar com vocês minha visão.

Pouco me importa se no passado Dilma optou pela luta armada contra o regime ditatorial brasileiro da época ou se Serra era filho de verdureiros. É secundário o fato de Dilma ter sido torturada ou de Serra considerar-se economista sem o devido reconhecimento universitário compatível. Se Serra não tem carisma ou se Dilma é brava, qual a influência disso sobre as políticas públicas de ambos? Tanto Serra como Dilma são pessoas com várias controvérsias em seus passados políticos e suas personalidades, mas não menos do que a maioria de cada um de nós, em outra escala. Não vejo, contudo, nada que desabone tanto um em detrimento de outro em termos de retidão de conduta ou história pessoal pregressa. É mais ou menos empate técnico, para o bem ou para o mal. O que eu quero, ao contrário, é discutir a visão administrativa de ambos. Aliás, não deles, mas de tudo e todos que os apóiam.

Interessa-me sim discutir por que o MST esqueceu sua função social e se é comandado por homens das cavernas que perderam o bonde da história. Mas também por que as elites sócio-políticas paulistanas e cariocas mesmo com orçamentos bilionários em seus Estados não se interessaram em impedir o caos urbano e social que suas cidades hoje vivenciam. Interessa-me discutir alternativas ao assistencialismo puro e simples, mas também a falta de perspectivas imediatas para quem tem 3 ou 4 gerações comprometidas com a miséria e falta de educação.

Interessa-me discutir políticas públicas, visão de futuro, economia. Comparar gastos públicos, obras, distribuição de renda, questões ligadas aos índices de saúde, emprego e moradia. O que os grupos que defendem um e outro realizaram, e o que ainda podem realizar. Quais governos aumentaram ou diminuíram gastos com ciência & tecnologia, como enfrentam o déficit habitacional brasileiro. E assim por diante.

Pouco me importa saber se a corrupção começou ou se foi maior com o PT, PMDB, PSDB, DEM... ladrão, corrupção é corrupção em qualquer instância, e cabe aos órgãos competentes julgar e punir, sob a forma da lei. E, nós, nos insurgirmos contra isso através dos meios democráticos, mas não desacreditando as instituições. Mas isso tudo sem aceitar essa argumentação hipócrita de quem exige lisura e honestidade sem também a ter. Até porque o maior de todos nesse sentido foi governador “caçador de marajás” de Alagoas na década de 80, Fernando Collor de Mello. Bem sabemos o desfecho.

Pensem nisso na próxima vez que uma pessoa “esclarecida” lhe mandar um e-mail que circulou e recirculou 234200 vezes pela internet, escrita por alguém sem a isenção necessária, que você não tem como descobrir quem é, e com dados que muitas vezes você não sabe de onde vieram. Sinceramente, quem acha que o brasileiro médio usuário da internet se deixa influenciar por estes e-mails?

6 de abril de 2010

Em busca da coxinha perfeita


Queridos amigos, aqui estou de volta ao mundo dos blogs, cheio de gás!! Vamos lá então...

Todo mundo tem suas manias. Não passar por baixo de escada, usar sempre um mesmo tipo de roupa em determinada situação, trocar de canal incessantemente na TV... por vezes essas nossas manias nos levam, também, à criação de um hábito, ou a uma busca permanente por algo. Por exemplo, qual a melhor referência sobre um determinado objeto, ou lugar. Qual a mais bela cidade do mundo? Qual a melhor raça de cachorro para se ter em casa? Qual o melhor filme de todos os tempos?

Alguns levam essas suas buscas para o lado da gastronomia. Qual o melhor restaurante japonês da cidade? Onde encontrar o melhor suco? Onde se vende o melhor queijo... Lembro de uma amiga minha que tentava descobrir qual o melhor Petit gateau de Porto Alegre. Pois eu, confesso, tenho uma mania também: vivo em busca da coxinha perfeita. Sabe, aquele salgado frito à base de frango? (Sim, embora aquelas derivadas da costela de Adão também me deixem nas nuvens... valeriam um texto antológico, mas não hoje)

Pois então, eu busco incessantemente a coxinha perfeita. Não consigo entrar em um bar de faculdade, em um restaurante de beira de estrada, em uma padaria ou confeitaria e, tendo a visão daquela especiaria à minha frente, não me deixar levar pelo impulso de prová-la. Sentir a delicadeza da massa. O recheio farto ou escasso, o tempero, o cuidado no desfiar da carne de frango... Nessa minha busca incessante, já pude provar sabores e consistências únicas, que nenhum outro salgado poderia me proporcionar. Ainda que por vezes tudo que tenha sentido fosse um pedaço de osso perdido no meio da massa ou gordura escorrendo por entre meus dedos.

Porque buscar a coxinha perfeita não deixa de ser uma analogia da nossa busca pela auto-realização na vida. Buscamos cheiros e sabores que nos seduzam, massas delicadas por onde nossos lábios possam tocar, temperos que nos surpreendam. Pouco importa as eventuais frituras gordurosas ou recheios indesejados. Ajudam-nos a enaltecer ainda mais as melhores coxinhas que encontramos. Assim como os melhores amigos que construímos ao longo da vida, por exemplo. Ao longo dessa nossa infindável procura pela felicidade, nos lançamos à busca de sensações, e as encontramos nas mais diferentes situações ou momentos. E quer saber qual foi a conclusão a que cheguei? É que não existe a coxinha perfeita. Ou melhor, existem várias. Cada uma tem história diferente para nos proporcionar. Assim como nossos amores. Não existem amores perfeitos, ou amizades perfeitas, ou famílias perfeitas. Existe aquilo que nos faz bem. Por uma noite, por dias, semanas, décadas, por uma vida inteira. Ou por alguns minutos, sentados à frente de um balcão, entre guardanapos de papel.