12 de abril de 2010

Chega de hipocrisia barata


Como todo ano de eleição, vejo minha caixa de e-mails ficar lotada de correntes, spams e assemelhados tentando “abrir os olhos do povo brasileiro” ou “da sociedade gaúcha”, no caso aqui do Rio Grande do Sul. Sinceramente, independente de quaisquer ideologias ou pontos de vista, qualquer pessoa minimamente inteligente sabe tratar-se de hipocrisia barata, estimulada via de regra por pessoas sem a isenção necessária.

Agora, começaram os ataques a José Serra e Dilma Rousseff, dos quais possivelmente sairá o próximo governante do Brasil. Pois quero compartilhar com vocês minha visão.

Pouco me importa se no passado Dilma optou pela luta armada contra o regime ditatorial brasileiro da época ou se Serra era filho de verdureiros. É secundário o fato de Dilma ter sido torturada ou de Serra considerar-se economista sem o devido reconhecimento universitário compatível. Se Serra não tem carisma ou se Dilma é brava, qual a influência disso sobre as políticas públicas de ambos? Tanto Serra como Dilma são pessoas com várias controvérsias em seus passados políticos e suas personalidades, mas não menos do que a maioria de cada um de nós, em outra escala. Não vejo, contudo, nada que desabone tanto um em detrimento de outro em termos de retidão de conduta ou história pessoal pregressa. É mais ou menos empate técnico, para o bem ou para o mal. O que eu quero, ao contrário, é discutir a visão administrativa de ambos. Aliás, não deles, mas de tudo e todos que os apóiam.

Interessa-me sim discutir por que o MST esqueceu sua função social e se é comandado por homens das cavernas que perderam o bonde da história. Mas também por que as elites sócio-políticas paulistanas e cariocas mesmo com orçamentos bilionários em seus Estados não se interessaram em impedir o caos urbano e social que suas cidades hoje vivenciam. Interessa-me discutir alternativas ao assistencialismo puro e simples, mas também a falta de perspectivas imediatas para quem tem 3 ou 4 gerações comprometidas com a miséria e falta de educação.

Interessa-me discutir políticas públicas, visão de futuro, economia. Comparar gastos públicos, obras, distribuição de renda, questões ligadas aos índices de saúde, emprego e moradia. O que os grupos que defendem um e outro realizaram, e o que ainda podem realizar. Quais governos aumentaram ou diminuíram gastos com ciência & tecnologia, como enfrentam o déficit habitacional brasileiro. E assim por diante.

Pouco me importa saber se a corrupção começou ou se foi maior com o PT, PMDB, PSDB, DEM... ladrão, corrupção é corrupção em qualquer instância, e cabe aos órgãos competentes julgar e punir, sob a forma da lei. E, nós, nos insurgirmos contra isso através dos meios democráticos, mas não desacreditando as instituições. Mas isso tudo sem aceitar essa argumentação hipócrita de quem exige lisura e honestidade sem também a ter. Até porque o maior de todos nesse sentido foi governador “caçador de marajás” de Alagoas na década de 80, Fernando Collor de Mello. Bem sabemos o desfecho.

Pensem nisso na próxima vez que uma pessoa “esclarecida” lhe mandar um e-mail que circulou e recirculou 234200 vezes pela internet, escrita por alguém sem a isenção necessária, que você não tem como descobrir quem é, e com dados que muitas vezes você não sabe de onde vieram. Sinceramente, quem acha que o brasileiro médio usuário da internet se deixa influenciar por estes e-mails?

2 comentários:

Arti, o Rico disse...

Então vamos iniciar a temporada política?

Achei que ia um pouco mais longe pra começar rsrs


Bora.

Ps. Tira essas letrinhas! Se os robôs chegarem aqui, vc vai perceber com ou sem elas... Vai por mim rsrsr

Nely L. disse...

Hiprocrisia barata e gratuita, eu diria. Um basta! O Brasil agradece.
Gosto da sua atitude de usar seu espaço para falar também sobre política.
Essa "cultura"(estratégia fabricada!)brasileira de: "eu não falo de política, eu não gosto de política" tem de ser exterminada.

Acho q vou começar a enviar seu texto como spam! rs