27 de agosto de 2009

Decisões


A vida é recheada de decisões que temos que tomar ao longo desse nosso percurso tortuoso por esta Terra cheia de possibilidades. Aceitar ou não um novo emprego, continuar ou terminar um relacionamento, fazer um cruzeiro ou investir nosso dinheiro, férias na praia ou no campo, carreira ou família, dormir um pouco mais ou chegar na hora certa da reunião. Às vezes temos mais opções, mas na maioria das vezes é preto ou branco, certo ou errado, paz ou guerra. E as conseqüências, independente das escolhas, podem ser agradáveis ou frustrantes. A vida não é prodigiosa em tarefas fáceis, muito pelo contrário. Nessas horas lembro da época que li Sartre no colégio, e do que ele falava quanto a sermos livres e responsáveis pelas nossas decisões. Estamos condenados a ser livres. Não há fuga para a nossa responsabilidade em decidir. Será? A insegurança geralmente é a pior das conselheiras. Nos acovarda, nos diminui, nos faz precipitar ou adiar as decisões. E talvez por isso nos faz tomar as decisões com medo do que vem pela frente. Ou adiar atitudes que temos que ter. Sartre dizia também que muitas vezes queremos que outros decidam por nós, quando a decisão, no final das contas, sempre é nossa.

E é verdade. Geralmente sabemos o que queremos, ou o que devemos fazer. No fundo, no fundo, não importa o que os outros digam, a gente já tem a ideia cristalizada na mente, e fica apenas a espera da aprovação dos outros ou, covardemente, que alguém nos “guie” no caminho de uma decisão que não nos cause arrependimento. Mas o maior arrependimento, no final das contas, sempre acaba sendo perceber que não fizemos o que sabíamos que devíamos fazer.

Como já escrevi em outro texto deste blog (clique aqui para lê-lo), "nossos medos nos fazem pessoas que não somos. Confie em você, e o tempo faz o resto."

17 de agosto de 2009

Entardecer (de mais uma primavera)


Comemorar aniversário geralmente tem um significado diferente para cada pessoa. Alguns ficam desanimados com a maturidade inevitável, outros colocam a data como a mais especial da agenda no ano. Alheio a qualquer das alternativas, sempre vi meu aniversário como uma oportunidade de juntar a família e os amigos ao meu lado, para simplesmente celebrar o fato de ter uma vida muito feliz. E o saldo tem sido imensamente positivo, acreditem.

É engraçado que quando ultrapassamos a barreira dos 30, as pessoas têm aquela ideia que a “juventude” se foi de vez, que a vida de responsabilidades chatas e enfadonhas está de vez maculando parte da nossa alma. Perguntam como é a sensação, o que penso a respeito, etc, etc. Sinceramente, esses últimos 12, 18 meses têm sido fantásticos. Ainda guardo na memória a época do meu mestrado, dos amigos e de tudo que vivi entre meus 23 e 25 anos, talvez os melhores anos da minha vida. O que veio depois dos 26 foi bom, me trouxe felicidade, amadurecimento. Mas agora, passado os 30, a vida tem aberto tantas perspectivas, tantas coisas boas que é impossível não pensar que está cada vez melhor vivê-la!!

“A vida é maravilhosa para quem não tem medo de vivê-la”, falou o genial Charles Chaplin, e eu concordo plenamente. Você faz a sua vida mais ou menos intensa, séria ou despretensiosa, alegre ou cheia de neuras, exitosa ou indecisa. Eu optei por ver a felicidade como um meio, e não um fim. E hoje, após as comemorações do meu aniversário, agradeço a Deus por tudo de bom e de ruim que me aconteceu, e tudo de bom e ruim que ainda virá, e que me tornará o que sou. Feliz não por querer o que é materializável, mas por desejar o indefinível. Não por ter, mas por ser. Não por ser amado, mas por amar intensamente. Sempre.

12 de agosto de 2009

Entre Will Smith e John Galt


Estou de volta à ativa. Depois de um breve descanso que de descanso não teve nada, mas tudo bem... hehe

Já faz algumas semanas que queria escrever este texto. Em um espaço de poucos dias assisti dois vídeos totalmente distintos quanto às mensagens que tentavam passar. “Sete vidas”, filme com Will Smith, e “Quem é John Galt”, uma montagem feita no youtube pelo Instituto John Galt a partir do trecho do livro de mesmo nome, de Ayn Rand. Comecemos por este último.

“John Galt” é um personagem de um livro que procura divulgar idéias do chamado objetivismo, filosofia proposta pela autora Ayn Raind. Resumidamente, as principais ideias que entendo serem as bases do que a autora sugere são:

- Cada homem é um fim em si mesmo e não um meio para o fim de outros homens. Deve existir em função de seus próprios propósitos, não se sacrificando por outros nem sacrificando outros por ele;
- Religião e ideias coletivistas são as verdadeiras causas da desgraça moral da Humanidade, e não a suposta ganância ou o individualismo contemporâneo.
- Não há mal nenhum em viver em busca somente da própria felicidade e sem se importar com os outros, desde que você teoricamente não cause mal a ninguém.
- Dinheiro e lucro não são um mal, e quem os possui, não importa em que escala, fez por merecê-lo (desde que honestamente), independente dos outros.

Acho que quem me conhece minimamente sabe que discordo veementemente da quase totalidade desses argumentos. Além de conter algumas inconsistências conceituais, o objetivismo de Ayn Raind ignora que não vivemos em uma sociedade justa e em igualdade de oportunidades. Mas para mim o pior dessa proposta é achar que o homem deve viver egoistamente para a própria felicidade. Muito diferente da mensagem do filme que assisti, e que cito a seguir.

Em “Sete Vidas”, Will Smith é um homem amargurado por ter matado, ainda que acidentalmente, sete pessoas em um desastre de carro, entre elas sua esposa. A partir daí, decide lançar-se em uma jornada de solidariedade para sete pessoas que demonstrassem merecer sua ajuda de forma incomum, o que culmina com um fim nem tão surpreendente, mas muito emocionante, onde Will Smith abre mão da própria vida (Como? Vejam o filme!) em função daqueles que deseja ajudar.

Boas reflexões. Devemos fazer o que é bom, o que é certo ou o que é justo? O que é certo nem sempre é bom? O que é bom, nem sempre é justo? O que é justo, nem sempre é certo? Egoísmo é uma questão de perspectiva? De quem?

Eu sempre achei, por formação e por convicção, que a igualdade entre os homens é ilusória, mas que a solidariedade, no sentido de entender a felicidade não como algo estritamente dependente da nossa individualidade, mas também das pessoas que nos rodeiam, tem que ser um objetivo a ser sonhado.

Meu pai tem uma frase: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Já vi essa frase ser muito mal compreendida e até criticada como “pequenez de espírito”. Quem tem um pouco de discernimento para ver que tal frase não é um incentivo ao “sacrifício pessoal” ou ao “coitadismo”, verá claramente que, na verdade, a “pequenez de espírito” está justamente em pensar ao contrário, em querer uma vidinha egoistamente feliz quando fechada na própria individualidade.

5 de agosto de 2009

Férias?

Quem disse que férias são somente para descansar?

Nas últimas semanas estive um pouco ausente, colocando os projetos atrasados em dia, revisando aulas para o próximo semestre, retomando a pesquisa da minha tese.

Agora espero poder voltar a escrever com a frequência que gosto por aqui.

Abraços!!!