link do original:danielsblog.blig.ig.com.br/2008/05/like-jack-shephard.html
Calma, esse não é um texto específico apenas para fãs, como eu, do seriado LOST. Essa semana resolvi escrever um pouco sobre um dos personagens centrais da trama, mais no sentido de registrar minhas impressões a respeito da complexidade e da verossimilhança com que a arte, quando bem elaborada, acaba sendo um grande retrato de algumas das relações humanas. Atualmente assistindo a quarta temporada, fico maravilhado como os roteiristas estão conseguindo manter o suspense característico da atração, criar uma rede nunca antes vista de teorias que circulam pela internet e – também – a alta carga emocional de determinados personagens, como o protagonista Jack Shephard (Interpretado por Matthew Fox). Jack é o típico cara do qual todos depositam esperanças, ou sempre esperam algo a mais, ou diferente. É o líder que se sente impelido a solucionar os problemas das pessoas que estão à sua volta. E faz isso com o máximo de maestria possível, embora não consiga exorcizar os seus próprios demônios. Na série LOST, Jack é quem mantém as pessoas em torno de um objetivo comum, o de sobreviver em uma ilha cheia de mistérios. Mas é também o neurocirurgião famoso atormentado pelas suas lembranças, que não conseguiu lidar com a relação conflituosa com o pai, ou com a decepção de ver a mulher Sarah, que ele salvou e amava lhe deixar justamente por conta dessa ânsia dele de tentar sempre consertar o mundo à sua volta. Mais tarde, apaixona-se por Kate, outra sobrevivente do acidente de avião que o colocou na ilha, acaba vivendo um triângulo amoroso e, novamente, tem que lidar com eventuais frustrações sem deixar a própria imposição de ser o modelo a ser seguido e do qual as pessoas esperam as soluções para poder escapar da condição em que os personagens se encontram. Ao longo de todas as temporadas da série, este tem sido o foco central dos fatos da vida de Jack Shephard: a maneira dicotômica com que felicidade e frustração permeiam a vida do personagem. Jack é o personagem mais humano da série, no sentido de representar toda esta condição humana levada ao seu extremo, da miséria à redenção, e vice-versa. Quantos de nós não flutuamos entre essas duas condições, em momentos distintos de nossa vida? Quantas vezes temos que encarar o que os sociólogos definem como as máscaras que criamos quando interagimos em sociedade, para preencher determinadas expectativas, sejam elas próprias ou do que os outros esperam de nós? Como falei no início deste texto, a arte, realmente, tem uma grande capacidade de nos fazer pensar e refletir, quando bem elaborada. P.S. Escrevo esse texto após rever, pela terceira vez, o capítulo 4x10 da série LOST. Para mim, até aqui o mais emocional de todos os episódios da quarta temporada, sem dúvida.
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