29 de junho de 2009

Beat it!

Respondendo à instigação feita pelo comentário do meu amigo Rico no post anterior, vou falar também – rapidamente – do que virou a nova - e enfadonha - febre midiática: a morte do Michael Jackson. Compadeço-me dos fãs chorosos que estão espalhados pelo mundo, nunca é bom perder alguém que idolatramos ou aprendemos a reverenciar de alguma forma ou de outra. Mas acho que Michael morreu quando deveria. Talvez até mais tarde. Antes de me condenarem, deixem-me explicar. Eu sou fã do Michael Jackson. Ele é um dos grandes responsáveis – se não o maior, junto com Madonna – pelo padrão de videoclipes que marcaram os anos 80, transformando definitivamente o cenário pop mundial. Muito do muito que adoro nos anos 80 foi pensado, modelado e copiado do estilo que ele apresentou a todos nós, nos maravilhando com clássicos como “Thriller”, “Beat it” ou “Billy Jean”. Ele é e sempre será um ícone. Mas nos últimos anos ele virou uma caricatura de si mesmo. Seja como Garrincha ou Maradona fizeram no futebol, ou Elvis Presley na música, MJ se encaminhava para o mesmo melancólico destino daqueles que eram ou são lembrados muito mais pelo que foram do que pelo que são. Chega até ser meio mórbido pensar dessa forma, eu sei, mas sempre nos lembraremos do Airton Senna campeão das manhãs de domingo e não de um piloto em um fim de carreira apagado ou fazendo propaganda de bateria de carro como o Fittipaldi. Do Kurt Cobain ou do Freddy Mercury no auge de suas genialidades, e não como um Elvis Presley gordo e decadente nos cassinos de Las Vegas. Eu não quero lembrar do problemático e desajustado Michael Jackson com nariz de massa de modelar dos anos 2000. Prefiro ter sempre na memória o garoto de passos mágicos que todos imitavam, o popstar que virou até filme e jogo (jogava tardes e tardes Moonwalker no fliperama da praia), ou o cantor que nos surpreendia com os efeitos de “Black or White”. Por isso que de certa forma me alivia o fim dessa sua jornada final de auto-destruição. Longa vida ao Michael Jackson que sempre valerá a pena lembrar.


(E a todos aqueles que não sabiam que existia diversão antes do Playstation, a prova aqui abaixo - com os cumprimentos de Michael Jackson)



23 de junho de 2009

Quem é o cara?

Estou entre as pessoas que guardam admiração à figura de Barack Obama. Não só pela eloquência de seu discurso conciliador como também por suas ideias diferenciadas para um presidente norte-americano. Barack Obama recebeu uma herança ruim do seu antecessor, mas não parece assustado com o desafio. Ainda que a prática seja não tão diferente, o olhar de Obama pra o resto do mundo já não é mais aquele de cima para baixo que costumávamos ver em W.Bush, Bush pai, Reagan e até mesmo um pouco em Bill Clinton, embora fosse uma figura simpática. Não deixa de ser surpreendente que a preconceituosa e burra classe média branca americana tenha permitido a ascensão de um líder com pensamentos tão cosmopolitas e engajados. Talvez Obama não seja o líder que os EUA mereçam, mas certamente é o cara que eles precisavam agora para, quem sabe, abrir seus olhos um pouco para o mundo à sua volta.

Estou lendo um livro ótimo sobre ele - "O Deus de Barack Obama - porque não existe liderança sem fé", que conta um pouco dos desafios dele na campanha presidencial, quanto à questões ligadas à fé e religião versus política. E também como que estas questões ajudaram a formar as ideias e os ideais dele, a partir de suas experiências: criado por uma mãe absolutamente cética e com pensamentos ateus, a convivência com o padastro muçulmano na Indonésia e sua conversão ao Cristianismo em Chicago, já depois de formado em Colúmbia e Harvard e começando um trabalho político-social.

A medida que leio o livro, mais me admira algumas posições e questionamentos dele, fruto de seu pensamento crítico e sua diferenciada intelectualidade. Abaixo, segue um trecho de um discurso dele antes da eleição justamente enfocando alguns destes aspectos. Vale para refletir várias coisas. Mas que eu deixo para um post futuro.


20 de junho de 2009

Save me

"You could change me, with just one kiss... you could save me"

Atualizando o blog... obrigado a todos que têm visitado!

Gosto de ouvir músicas de bandas não tão conhecidas, mas que me agradam. Uma das minhas preferidas é uma banda canadense chamada Harem Scarem, que infelizmente encerrou atividades em 2008, depois de 17 anos de carreira. Sempre gostei da banda não só pelo som como pelas letras. O bom é que os dois principais compositores continuam produzindo. Um deles, o guitarrista Pete Lesperance tem um site onde coloca vídeos de suas novas canções. Aqui segue uma delas.


13 de junho de 2009

Em ritmo de arraial

Uma das coisas mais gratificantes de trabalhar com pesquisa em pós-graduação é a oportunidade única que tenho de conviver com pessoas dos mais diversos locais do país. Explico: aqui a Engenharia Civil da Universidade atrai pessoas dos mais diversos cantos para fazer mestrado/doutorado. E eu, ali estudando/trabalhando por mais vários anos, ganhei amigos que hoje estão ou aqui ao meu lado, ou espalhados por Fortaleza, Salvador, São Paulo e até mesmo Pittsburgh, Madrid, Manchester... É interessante perceber que tenho amigos em todos os lugares, que deixam um pouco de si e levam também um pouco de mim para todos os locais. Mas o melhor de tudo, mesmo, é a interação cultural que esses contatos me proporcionam. Uma vez um grupo de amigos me deu o apelido de “gaúcho mais cearense que existe”, e eu ostento com o maior orgulho esse “título”, pelo que ele representa, de certa forma, na interpretação dessas pessoas e também pela minha própria história pessoal.

Aqui no Sul algumas pessoas, até vergonhosamente, tem uma visão muito estereotipada e bairrista a respeito de algumas diferenças (que sequer conhecem bem) entre as pessoas e as regiões do Brasil, que não são fruto de competência ou formação, na maioria das vezes. São, simplesmente, diferenças culturais, e como diferenças culturais deveriam ser interpretadas, e não de capacitação intelectual ou laboral de um povo.

Pois falando em diferenças culturais, para a minha decepção, aqui em Porto Alegre (e na região Sul em geral) as festas juninas passam quase despercebidas. Menos mal que eu participo de um grupo que sempre organiza uma festa de São João regada a muito quentão, bolo de fubá, bandeirinhas e...muito forró para dançar!!

Pois é, com 19,20 anos comecei a aprender a dançar forró e, desde então, essa virou uma das minhas paixões. Notem bem, não quer dizer com isso que aprendi a dançar muito bem, mas gosto de dançar. Um dia quem sabe escrevo só sobre isso. Lembro que no início dos anos 2000 houve uma febre de forró na cidade, boates tocavam o ritmo a noite inteira, era bom demais...mas passou, como toda modinha. Mas não para mim. Ainda adoro uma festa de São João. Então, que venha o arraial!!!

7 de junho de 2009

Abrir ou não abrir a caixa de Pandora?

Lidar com pessoas é um exercício de perseverança com nossas verdades e de avaliação do nosso discernimento com o impacto que podemos causar nelas. Não se iluda. Você causa, sim, impacto em TODAS pessoas que estão a sua volta, e elas em você. Não importa se por poucos minutos em um único momento ou durante toda uma vida, cada gesto, cada olhar, cada “sim” ou “não” afeta reações, altera consciências, molda comportamentos. Por isso que eu ressalto tanto, em diversos momentos, da responsabilidade que temos não somente com a nossa própria história pessoal, mas principalmente com todos que nos rodeiam.

A vida é recheada de decisões, e temos que arcar com as conseqüências das nossas escolhas em cada pequeno ato do nosso dia a dia. Escolher o caminho mais fácil geralmente conduz a uma felicidade igualmente mais evidente e atingível, porém também mais efêmera e menos compensadora. Quer dizer, esse conceito é muito subjetivo, muitas pessoas podem viver de felicidades efêmeras ao longo de toda uma vida e terem plenamente uma sensação de felicidade completa assim. Mas, lamentavelmente (ou felizmente, confesso que não sei definir), existem pessoas como eu, que não se conformam com o conforto da felicidade comodista ou da felicidade egoísta.

Nesse aspecto, o “eu” refletido no “outro” ganha uma importância que talvez a maioria das pessoas, egoistamente, dispensa. Mas há um problema básico. Quando nos relacionamos com as pessoas, das mais diferentes formas, abrimos uma verdadeira caixa de Pandora, cujo o resultado é imprevisível. Não há como saber se estamos sendo bem interpretados, se estamos cativando ou decepcionando, se somos alvo de admiração ou raiva. Às vezes fazemos o mal sem querermos, por outras vezes estamos sendo importantes sem mesmo nos darmos conta. Por isso que sinais são tão importantes. Muitos tem um instinto de auto-preservação que os impede de dar sinais, ou em outra perspectiva, de ser francos e autênticos, mesmo que a exposição os fragilize momentaneamente.

Temos que estar sempre cuidando dos sinais que compartilhamos com as pessoas, e não apenas preocupados com os sinais que desejamos ou que queremos que as pessoas nos mandem. Por isso que um sorriso dado na hora certa, o simples abrir de uma porta, um silêncio pensado, um exemplo que fica marcado na vida de outra pessoa, tudo isso também dá a certeza que estamos no caminho certo. No caminho da felicidade.

Você se preocupa com os sinais que deixa na vida das pessoas?


Adendo: A lenda da caixa de pandora geralmente é utilizada para fazer referência a algo que nos traz curiosidade em conhecer, mas que não deveríamos ter revelado o verdadeiro conteúdo ou sentido. Mas a história é bem mais complexa e instigante, vale a pena conhecê-la. Leia mais neste link ou neste link.