23 de junho de 2009

Quem é o cara?

Estou entre as pessoas que guardam admiração à figura de Barack Obama. Não só pela eloquência de seu discurso conciliador como também por suas ideias diferenciadas para um presidente norte-americano. Barack Obama recebeu uma herança ruim do seu antecessor, mas não parece assustado com o desafio. Ainda que a prática seja não tão diferente, o olhar de Obama pra o resto do mundo já não é mais aquele de cima para baixo que costumávamos ver em W.Bush, Bush pai, Reagan e até mesmo um pouco em Bill Clinton, embora fosse uma figura simpática. Não deixa de ser surpreendente que a preconceituosa e burra classe média branca americana tenha permitido a ascensão de um líder com pensamentos tão cosmopolitas e engajados. Talvez Obama não seja o líder que os EUA mereçam, mas certamente é o cara que eles precisavam agora para, quem sabe, abrir seus olhos um pouco para o mundo à sua volta.

Estou lendo um livro ótimo sobre ele - "O Deus de Barack Obama - porque não existe liderança sem fé", que conta um pouco dos desafios dele na campanha presidencial, quanto à questões ligadas à fé e religião versus política. E também como que estas questões ajudaram a formar as ideias e os ideais dele, a partir de suas experiências: criado por uma mãe absolutamente cética e com pensamentos ateus, a convivência com o padastro muçulmano na Indonésia e sua conversão ao Cristianismo em Chicago, já depois de formado em Colúmbia e Harvard e começando um trabalho político-social.

A medida que leio o livro, mais me admira algumas posições e questionamentos dele, fruto de seu pensamento crítico e sua diferenciada intelectualidade. Abaixo, segue um trecho de um discurso dele antes da eleição justamente enfocando alguns destes aspectos. Vale para refletir várias coisas. Mas que eu deixo para um post futuro.


4 comentários:

Amanda disse...

Obviamente, o Obama tem um mérito pessoal imenso pela trajetória crescente, brilhante e de superações. Mas acredito que nada para elevar as qualidades de um líder do que uma grande crise economica e de legitimidade no período anterior, como foi o governo Bush, e são justamente nesses momentos que a história costuma abrir espaço para rupturas nos processos eleitorais.

Fala-se agora até em uma Obanização do mundo. Mas ainda não vejo nenhuma ação descontinuidade real na política atual dos EUA. Espero ver a volta das relações com Cuba e a retirada das tropas do Iraque. E espero não ver um novo "Iraque" para o Irã, já que o discurso parece muito similar.

Arti, o Rico disse...

Na verdade, hoje, o cara é o Jackson.

Mundo da música está de luto.

Vamos cantar boa sorte ao Obama!

Fernando disse...

Não dá para dizer quem é o CARA só pelo discurso... O CARA se forma com o tempo, mostrando com ações.

Nely L. disse...

Não podemos só julgá-lo como "the man" pelo seu feito histórico de ser o primeiro presidente negro, vindo de família de negros e pobres, da maior (?) potência mundial.
A sua trajetória política veio sendo trilhada até que ele chegasse a esse ponto.
E é claro, mas do que idéias e projetos, seu nome ficará marcado de vez através de suas ações como presidente.
Vamos aguardar.