10 de abril de 2009

Posers!!!


Eu sou muito eclético para música. Não é raro o cd/mp3 do meu carro tocar rock, MPB, forró, house music ou pop do momento que aparece por aí. Eu gosto de música boa, não importa a origem ou público-alvo. Agora, no topo das minhas preferências está, sem dúvida, o hard rock dos anos 80/90. Fui tomar maior contato com o estilo no final dos anos 90, quando a internet e a MTV facilitaram tudo para os fãs. Antes, era difícil você conhecer tudo de bom que tocava pelo mundo afora. A maioria das pessoas ficava restrita ao que era sucesso comercial nos rádios. Hoje me dia, está tudo mais fácil graças também ao Youtube ou aos programas de download.

Mas não vou comentar sobre o estilo musical em si, algo que me faria discursar horas e horas a respeito - os anos 80 foram muito prodigiosos em termos de música, seja nos EUA (onde existe uma idéia errada de “década perdida do rock”), seja aqui no Brasil. O que quero comentar nesse post é sobre o estilo das bandas da época. Criticar cultura, estilo ou costumes de uma época passada é um pouco falacioso. Isso porque tentamos entender o comportamento das pessoas na época com a nossa cabeça de hoje, com toda a cultura e contracultura posterior que vivenciamos e compartilhamos. Por isso, acho engraçado quando as pessoas ficam abismadas com o verdadeiro freak show que algumas bandas proporcionavam em termos visuais. Sim, eram ridículas na maioria das vezes, mas não tão ridículas dentro da proposta dos anos 80 – uma década muito divertida, disseram os autores do almanaque dos anos 80, e eu concordo.

Os anos 70 tinham acabado, o movimento hippie idem e o punk rock não queria a luz dos holofotes. O new wave e o pós-punk ocuparam espaços importantes e definitivos, mas faltava uma tribo que se encarregasse de aproveitar o surgimento da MTV e o apelo visual que ela impunha, através dos videoclipes. Se pelo lado do pop Madonna e Michael Jackson elevaram esse conceito ao seu patamar máximo, pelo lado do rock, foram bandas como Bon Jovi, Van Halen e Motley Crue que surgiram e trocaram o visual psicodélico e/ou pessimista dos anos 70 por outro mais despojado e um clima de “a vida é uma eterna festa”. Dado o passo inicial, as bandas começaram a exagerar na maquiagem, nas roupas, nas performances acrobáticas, uma passou copiar a outra. Foi então que o estilo passou a ser chamado, depreciativamente, de “hair metal” e os integrantes das bandas de “posers”.

Tudo parecia uma espiral sem fim quando, no início da década de 90, o grunge e o Nirvana surgiram e provaram que rock & rebeldia podiam ser boa música e mais nada. Era o fim dos cabelões armados e das roupas coloridas. O estilo do hard rock dos anos 80/90 ficou estigmatizado por esse apelo visual, mas para fãs como eu, a sonoridade das bandas, os riffs marcantes de guitarra e as baladas românticas sempre foram mais importantes – e são até hoje.

Para quem quiser dar uma olhada em alguns clipes da época, clique nos links abaixo:

You Make Me (Rock Hard) - KISS (Eles também faziam clipes bregas nos anos 80)

I Wanna Rock - Twisted Sister (Esses eram campeões no uso de roupas e maquiagens bregas)

Girls, Girls, Girls - Motlëy Crue (Pura comédia: mulher, moto e roupa de couro, manooo)

You give love a bad name - Bon Jovi (Sim, o sexy simbol das menininhas nos anos 90 usava cabelão armado um tempo antes)

Nobody's Fool - Cinderella (A música nem é tão legal, mas vale para dar risada do clipe)

Um comentário:

iza disse...

adorei os links.. mais deveria.. ter colado também..
Goin' Blind.. fica a dica tb!