15 de fevereiro de 2009

Do fundo do baú

Publicado originalmente em 18/11/2008
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Você considera fácil definir-se? Ou mesmo conseguir descrever um breve resumo de sua vida em poucas linhas? Eu tentei isso anos atrás, quando era um dos redatores de um blog que contava com a participação de mais ou menos 8 a 10 pessoas diferentes. Dias atrás, fui revirar alguns textos antigos que escrevi e dei de cara com esse que escrevi quatro anos atrás. Era para ser uma bem-humorada primeira aparição no blog, para me apresentar aos participantes que ainda não me conheciam tão bem. Era algo mais ou menos assim:


“Me pediram para ser um dos escritores deste blog... (...)

Bom, para começar, deixem que eu apresente um breve histórico. Nasci pelado, careca e sem dente; portanto, tudo que veio depois foi lucro (plagiando um amigo...);
Quando criança, odiava quando o Bozo comia aqueles picolés da Yopa (Prestigio, Laka, Lolo) que não tinham para vender aqui no sul. Espero até hoje o último capítulo de Caverna do Dragão. Perdia mais tempo construindo e montando prédios e quartéis-generais para os meus Comandos em Ação e os meus Playmobil do que brincando... (olha o engenheiro aparecendo desde cedo...)
Com 11 anos, enquanto todos pediam bicicletas de trilha de 18 marchas, câmbio chimano e tal, de presente, eu pedi uma Calói Barra Forte (aquela com banquinho adicional na frente, lembram?) Ganhei uma Monark barra circular e fui o inspirador da propaganda não esqueça minha calói...
Com 14, percebi que gostava de política (!?) e levei advertência séria no colégio junto com outro membro do diretório de estudantes por fazer todos os alunos pularem o portão da escola para participar de uma passeata do fora Collor... era a história do nosso País em curso e eu não deixei de fazer parte dela.
Com 15 fui para uma escola particular, aprendi latim, filosofia e história da arte. Adorei. Mas percebi que quanto mais abastados os meus colegas, mais idiotas.
Daí para adiante, comecei a crescer e perdi parte da ingenuidade que nos faz felizes na infância. Com 17 fui fazer Engenharia e descobri que nasci pra isso, trabalhar muito e ganhar pouco (brincadeira...)
Com 20 fui trabalhar em uma construtora onde percebi que nunca conseguirei ser patrão: não sou extremamente ganancioso, gosto de tratar todos como iguais e não costumo descontar minhas angústias ou mau-humor nos outros.
Com 22 decidi fazer mestrado mesmo sabendo que todo mundo acha que isso não é trabalho. Conheci grandes amigos e aprendi a dar valor a muitas coisas que a maioria não percebe.
Hoje, com 26, tenho amigos espalhados por todo o Brasil, trabalho com pesquisa em engenharia, vivo o presente de maneira simples e vejo o futuro além do limite dos meus sonhos. Amei, “desamei”, dei minhas cabeçadas na parede, cometi minha cota de erros, mas compensei procurando acertar mais. E percebi que – graças a Deus – não perdi toda a ingenuidade da infância como a maioria dos adultos chatos que somos.”
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O que veio nesses quatro anos depois dos 26? Nossa, quando fui pensar nisso... Fiquei impressionado na quantidade de coisas que aconteceram!!!! Realizações, decepções, trabalho árduo, amores intensos, novas amizades, amizades que se consolidaram para toda a vida, novas perspectivas, e muitas, mas muitaaaas histórias que vou levar para sempre. Coisas que não caberiam aqui em um só texto. A minha vida, simplesmente. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é”, já li certa vez, e está completamente certo.

Se eu tivesse que encerrar de forma parecida com o que escrevi 4 anos atrás, eu diria assim:

Hoje, com 30 anos, continuo com amigos espalhados pelo Brasil, estou terminando meu doutorado e pronto para alçar novos vôos (o céu é o limite). Afinal continuo vivendo o presente de maneira simples e vendo o futuro além do limite dos meus sonhos. Deus continua do meu lado e a criança dentro de mim, espero, nunca vai morrer.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o post Daniel. Mas so uma correcao: nao tens amigos espalhados por todo o Brasil, tu tens amigos espalhados por todo o mundo! Grande abraco e boas festas!!!

Anônimo disse...

também já fiz isso, escrevi minhahistória para uma cadeira da faculdade... complicado.
voilà.